3º FICHAMENTO
Avulsão traumática anterior na dentição decídua
Anterior traumatic avulsion in deciduos dentition
Suzane Rodrigues Jacinto Gonçalves, Almira Alves dos Santos, Cristiane Costa da Cunha Oliveira, Eulina Magnavita Dantas Neta, Cândido Leite Teles, Leonardo Rigoldi Bonjardim
“A avulsão dentária é a completa separação de um dente do alvéolo (cavidade óssea onde ele está inserido). No momento da avulsão, ocorre rompimento das fibras do ligamento periodontal, permanecendo uma parte dessas presas na raiz do elemento dental e o restante no osso alveolar. O ligamento periodontal desempenha papel importante no processo de reparação após o reimplante do dente avulsionado.”
“O objetivo dessa pesquisa foi através de questionário, coletar dados de odontopediatras do município de Aracajú-SE no que se refere à conduta e metodologia de prevenção empregada pelos mesmos diante de avulsão traumática anterior na dentição decídua e sobre os danos que a mesma pode causar na dentição permanente, confrontando esses dados com os encontrados na literatura.”
“A decisão em extrair um incisivo decíduo é freqüentemente feita de acordo com a severidade da lesão, especialmente antes dos três anos de idade, ou seja, idade em que as coroas dos incisivos permanentes completam a mineralização, que as tornam menos susceptível a lesão.”
“Um importante fator que deve ser considerado para o sucesso da cicatrização da membrana periodontal em reimplantes é o tempo extra-alveolar. O tempo extraalveolar pode ser de até três horas para o paciente receber tratamento adequado2.”
“Dentes decíduos avulsionados não devem ser reimplantados. Recolocar o dente decíduo no alvéolo pode forçar o coágulo sanguíneo prejudicando o desenvolvimento dos dentes permanentes. Outra principal razão, normalmente presente, é a falta de cooperação da criança11.”
“Quanto aos danos que podem acometer a dentição permanente após avulsão traumática na dentição decídua, nossa pesquisa mostrou que 40% dos profissionais acreditam que a mesma pode causar prejuízo ao permanente, 40% citaram danos do tipo hipoplasia de esmalte e 20% citaram atraso na erupção do
permanente.”
“Se a perda de um incisivo decíduo ocorrer antes do inicio da reabsorção da raiz, entre 3 e 4 anos de idade, a erupção do sucessor permanente pode ser freqüentemente adiada. O atraso da erupção do incisivo permanente geralmente não é considerado como a maior causa dos problemas ortodônticos.”
“De acordo com Cameron e Widmer (1997)11, dentes decíduos avulsionados não devem ser reimplantados. Recolocar o dente decíduo no alvéolo pode forçar o
coágulo sanguíneo prejudicando o desenvolvimento dos dentes permanentes.”
“Segundo Moss e Maccaro (1985)18, se as condições clínicas forem seguras, o prognóstico pode trazer sucesso ou fracasso. Assim, geralmente a escolha é de não reimplantar um incisivo decíduo.”
“Andreasen e Andreasen (1994)1 consideraram que à luz dos conhecimentos atuais, não deve ser realizado reimplante de dente decíduo. Quando a avulsão ocorrer antes da erupção dos caninos decíduos, possivelmente haverá perda de espaço na região anterior, assim, existe a necessidade da colocação de prótese mantenedora de espaço, que será usada até a completa erupção dos caninos, quando será retirada e instalada uma prótese fixa conectada.”
“Assim, sempre que for necessária a remoção do dente decíduo prematuramente, aparelhos fixos para prevenir movimentos e inclinação dos dentes adjacentes, próteses parciais removíveis, e depois prótese fixa tem sido e continuarão sendo altamente desejáveis no controle do espaço e na manutenção da função e aparência das áreas dos dentes perdidos14.”
“O leite foi sugerido como meio para armazenar dentes traumatizados, devido a osmolaridade fisiológica e por conter menos bactérias em relação à saliva. Em
experimentos in vivo, os dentes registraram significativamente menor inflamação na membrana periodontal e menor reabsorção quando armazenados em leite quando comparados com a saliva5.”
“Programas educacionais que mostrem a importância da prevenção de traumas dentários e os benefícios do tratamento imediato e conservação do dente lesado poderiam reduzir o percentual das lesões e minimizar, bem como minimizar suas seqüelas. E ainda, continuo programa educacional para dentistas com o objetivo de melhorar as habilidades para diagnóstico e tratamento de traumas dentais, ajudaria a minimizar as seqüelas de lesões traumáticas.”
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