domingo, 5 de junho de 2011

4º FICHAMENTO


                                                               4º FICHAMENTO

 Prevalência de hipoplasia do esmalte em dentes decíduos de crianças nascidas prematuras
Denise Mattoso Libório BARBOSAa, Letícia Vargas Freire Martins LEMOSa,Éfani Caroline de Freitas BANZIb, Silvio Issáo MYAKIc



“Ainda de acordo com a OMS1 (2000), o bebê recém nascido pode ser classificado pelo peso ao nascer, por gru­pos de 500 g. O RN de baixo peso (BP) é aquele que pesa menos de 2.500 g, incluindo 2.499,9 g. Já o RN de muito baixo peso (MBP), é aquele que pesa menos de 1.500 g, incluindo 1.499,9 g.”

Vários motivos podem levar à prematuridade. Podem ser ligados à mãe os relacionados ao alcoolismo, colestase, cardiopatia chagásica, infecção urinária, uso de drogas, tuberculose, gestação múltipla, história de prematuridade anterior, ruptura prematura de membranas, tabagismo e insuficiência placentária.

“Os problemas que advém do nascimento prematuro podem levar a intercorrências locais que eventualmente ocasionam algum trauma localizado na cavidade bucal, na hora do nascimento. Um estudo de revisão realizado por Seow5 (1991) relatou que estas intercorrências, tais como o uso de laringoscópio, a intubação orotraqueal, fraturas mandibulares, trauma cirúrgico, reparo de fendas lábio pa­latais, irradiação e infecções locais, podem afetar a dentição decídua tendo como resultado a hipoplasia de esmalte.”

“De acordo com McDonald et al.6 (2000), a hipoplasia de esmalte é um tipo de defeito causado por fatores que interferem na formação normal da matriz de esmalte.”

“Os estudos se iniciaram com Stein8 (1947) que verificou a presença de hipoplasia de esmalte em cinco de 12 crianças examinadas. Após este estudo pioneiro, várias pesquisas têm relacionado prematuridade e hipoplasia do esmalte, contudo os resultados obtidos são divergentes.”

Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de hipoplasia de esmalte em dentes decíduos de crianças nascidas prematuras comparando-os com os de crianças nascidas a termo.

Para a participação no estudo, os pais e/ou responsáveis pelas crianças receberam instruções sobre o motivo e a me­todologia do estudo, e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Como critério de inclusão, as crianças deveriam apresen­tar todos os dentes decíduos irrompidos na cavidade bucal. A faixa etária foi compreendida entre 3 e 6 anos ou mais de 6 anos, desde que estivessem com todos os dentes decíduos irrompidos nos arcos.

A hipoplasia de esmalte foi diagnosticada por meio da observação de manchas difusas esbranquiçadas, ou eventu­almente pigmentadas, localizadas na região de terço médio, incisal ou oclusal, que tenham atingido um elemento dentário ou grupo deles (que se formam no mesmo período).

As crianças nascidas prematuras foram selecionadas de consultórios particulares de médicos pediatras que traba­lham em UTI neonatal, do Hospital e Maternidade Policlin e do Hospital Municipal da Vila Industrial, em São José dos Campos - SP.

Após a obtenção dos dados, estes foram tabulados e sofreram tratamento estatístico, empregando-se o teste Z de comparação de proporções, de amostras independentes, por meio do Programa Estatístico Minitab. O nível de signifi­cância adotado foi o valor convencional de 5%.

Das cinqüenta crianças pré-termas examinadas, quatorze delas apresentaram quatro dentes com defeitos na estrutura do esmalte, o que corresponde a 28%, sendo esta a maior porcentagem encontrada; enquanto que para as crianças nascidas a termo, esta porcentagem é de 6%, correspondendo a três crianças com 2 dentes hipoplásicos, como visto nas Tabelas 2 e 3.

“A hipoplasia de esmalte resulta de fatores que inter­ferem na formação normal da matriz do esmalte6, e pode ser definida como um defeito quantitativo visualmente e morfologicamente identificado, envolvendo a superfície do esmalte e associado com uma redução em sua espessura, com a presença de sulcos e depressões5,9,13.”

Devido ao avanço da medicina neonatal, crianças pre­maturas e com baixo peso ao nascimento têm apresentado índices maiores de sobrevida.

O esmalte do dente decíduo inicia sua formação durante a vida intra-uterina. Episódios de deficiência de cálcio e fósforo e procedimento que afeta a atividade dos amelo­blastos, células que dão origem ao esmalte dentário, ajudam a justificar a maior prevalência de hipoplasia em crianças pré-termas, pois a dentição decídua tem um longo período de desenvolvimento pré e pós-natal, com a calcificação dos primeiros incisivos começando com 15 semanas de vida intra-uterina e continuando por vários meses após o nascimento20.”

Em crianças nascidas prematuras e com muito baixo peso, existe uma maior propensão para apresentarem doen­ças sistêmicas durante o período neonatal, as quais podem causar um distúrbio de desenvolvimento dos tecidos bucais.

Dentro da metodologia empregada, pôde-se concluir que o fator prematuridade influenciou positivamente na ocorrência de hipoplasia de esmalte.

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